18.5.08

nike, cerveja e dinheiro[tutube venenoso]

nossa, bicho. realmente os caras são fodas. viajei no post do escriba e resolvi escrever aqui também sobre isso. um dia no futuro eles[grandes anunciantes e gastadores de dinheiro] deverão ter aliciado o mundo. hahaha... comecei a clicar nos outros comerciais e não parei durante um bom tempo. os caras [no caso, da nike] abusam. muito bom. vou deixar ali no tutube venenoso [ao lado], mas o vídeo ao qual me refiro você pode ter a paciência de clicar lá no link pro post do escriba, ou simplismente clicar AQUI. [vale a pena. deixa de preguiça e clica, vai. rs]

ai você vê o vídeo dos caras e reflete um pouco. puxa, prende, solta, respira e chega a conclusão. ou melhor, uma questão [de resposta óbvia], óbvio. penso nos caras do lobby da cerveja, que ainda tiveram a cara de pau de dizer que a propaganda não influencia na educação das crianças em fase de formação de caráter, por exemplo. os caras conseguiram tirar a urgência de uma matéria na câmara dos deputados, que pedia a restrição da publicidade de bebidas entre 6h e as 21h. sabe-se lá agora quando vão votar isso.

pra que tudo isso então? pra que rio de dinheiro gasto em comerciais que não têm capacidade alguma de influenciar as pessoas? a questão é. porque eles conseguem com isso ainda mais dinheiro e porque conseguem também fazer lobby em brasília. matéria da folha de s. paulo [10.mai.08, caderno cotidiano2/capa] indica que 18% dos deputados federais estão ligados ao 'lobby da cerveja'. vários deles receberam dinheiro pra campanha de 2006. isso só levando em conta o que eles declaram ao tribunal superior eleitoral. portanto, tem ainda o caixa 2.

só pra lembrar, segue então alguns números da matéria:
R$ 26 bilhões =
faturamento bruto da indústria da cerveja em 2007

R$ 7 milhões =
valor das doações para parlamentares nas eleições 2006

o mais engraçado disso tudo é que realmente não parece uma coisa lucrativa para o mercado da cerveja. eles doam R$7 milhões, faturam R$26 bilhões e só precisam fazer o pagamento aos operantes deputados em brasília a cada quatro anos. podem explorar o nicho do mercado de quatro em quatro anos.

é, realmente esse negócio de publicidade não vale a pena. pra gente.

imagem[bluegum]

16.5.08

é mato! [dos antigos]

quero e vou voltar pra são paulo em breve [isso é fato, acho que vou escrever sobre isso logo mais]. mas aqui em mirandópolis tenho tentado exercitar a mente. usando de métodos que a gente vai aprendendo com o tempo. com a vida. com calma. ai, de repente, quando tudo parecia mecânico na sua rotina, as coisas mudam. e ai se pode aplicar a experiência.

a fotografia tem me levado a observar coisas que há muito tempo não sabia realmente que ainda existia. mesmo quando cheguei por aqui, no início do ano. achei que a globalização tinha levado parte da essência de cidade do interior. claro que não é a mesma que deixei há mais de 10 anos, mas não quero saber do novo.

na ânsia de fotografar tenho me aproximado de quem sabe. quero mesmo é conhecer os velhos. descobrir como as pessoas sobrevivem em tempos modernos. pessoas que chegaram aqui na cidade quando tudo era apenas mato. milhas e milhas de muito verde, mata fechada, dura de atravessar. a cidade é jovem, foi fundada em 1938. na boca da segunda guerra mundial, apenas isso. é menina ainda.

por conta disso, imaginar que muitos dos habitantes não são daqui. muitos deles migraram para a cidade, lógico, depois da sua fundação. conheci joão miguel filho de deus, um jovem de 73 anos de idade, que saiu de garanhuns (pe) na década de 40 pra viver por essas bandas. pessoa humilde que cuida de seus animais [um deles], sua charrete, vende queijo, tem terrenos arrendados, planta milho...

há pouco [hoje] ainda conheci outro exemplar de vida como esse. dona cida. mãe doente "encamada", como me disse, para cuidar. "meu marido é um que anda pela rua, só ele usa bengala. tá meio doido, coitado. já está velhinho. e ontem operei", e abaixou a cabeça para me mostrar o curativo da biopsia. "estou preparada pro resultado, mas tenho pessoas para cuidar".

ela me contou que conhecia minha avó. falou dos tempos em que minha avó "costurava para fora", disse que é muito amiga da dona lourdes. realmente. depois me chamou para aparecer na casa dela na parte da tarde, pra gente conversar mais. e tudo isso porque, quando passava em frente da sua casa, eu perguntei a ela, que no momento conversava com seu joão, se sabia o nome de uma planta que tinha na calçada. "a gente chama de mato mesmo, né seu joão?"

de repente eu apareço lá pra aprender mais um pouco e descobrir mais da história humilde dessas bandas de cá, "onde não vale a pena ir pra passar só um fim de semana. é muito longe", como dizem alguns amigos...

antes que eu volte.

14.5.08

quase cheia[de graça]

a lua quando aparece, ela gosta de se mostrar mesmo. sem dó.

11.5.08

velhos costumes[daqui]

10.mai.2008/de lima/dubem - um eqüino [urbano, foto logo abaixo]. em mirandópolis ainda é costume típico cavalos serem criados praticamente soltos. os donos escolhem o melhor matagal e amarram seus animais pra que possam comer do bom verde mato. no fim do dia, recolhem seu animal. essa prática força medidas cômicas, como moradores que peduram placas nas árvores em frente de suas casas: 'proibido estacionar animais'.
[atualização do texto: vale lembrar que essa placa está colocada em uma árvore situada à frente de uma casa, que por sua vez fica no centro da cidade, ao lado do principal e maior supermercado do local. ou seja, não existe limite para os comedores de verde mato em mirandópolis. o centro é pouco.]

8.5.08

expedição[machado] torre

que estou vivendo um tempo em mirandópolis, no interior de são paulo, acho que todo mundo que dá umas bandas por aqui já sabe. só se algum marinheiro de primeira estiver lendo esse post. então por isso tenho tentado fazer algumas coisas diferentes. digo diferente para o cotidiano que eu encarava em são paulo.

a monotonia de uma cidade pequena só pode ser entendida/sentida por quem nela está. e mesmo assim, depois de algum tempo como hóspede do local. como na montanha mágica. por isso resolvi outro dia colocar em prática uma vontade: ir andando de mirandópolis até o amandaba [machado de melo], distrito da cidade. contei outro dia com o joão fernando e deu mais ou menos uns 8 quilômetros uma perna do percurso.

a idéia era chegar em tempo para acompanhar o pôr do sol em um lugar que eu considero maravilhoso. é conhecido da rapaziada que antigamente colava para escutar um reggae, tomar um vinho e torrar uns bauretes, dar beijo na boca, ver o sol nascer e morrer. uma rapaziada aqui na cidade conhece 'a torre'. sabe também d'o pico'.
queria fazer umas fotos. quando o sol vai descansar, o céu ganha tonalidades mágicas. e cada dia é um pouco diferente do outro, sempre. é meio óbvio, mas só estando lá pra entender que não. se tem nuvem é uma coisa. se está pra chover, outra. resolvi então registrar essa caminhada, que lembra um pouco da minha vida.

foi a primeira vez, desde que sai daqui há mais de dez anos, que me senti realmente livre. sozinho com os meus pensamentos e com a minha vontade de respirar. de sentir, de interagir com paisagens que já tinha esquecido. coisa de louco. são mais de 30 mini-vídeos que coloquei no youtube. podem ser vistos independentes. e estão brutos. sem edições, o máximo de sinceridade.

e as fotos do pôr do sol. elas podem ser vistas também no flickr dubem. estão etiquetadas com a marca 'expedição machado de melo'. é o mais bonito que já vi na vida. talvez porque envolva todos esses sentimentos que contei. a vista parece que vai além do horizonte. é muito campo da visão tomado pelo azul, pelo amarelo, pelo sol, pelo verde... espero que
gostem.

vou tentar fazer outras. até.

[observação]
clique aqui e assista os vídeos
clique e veja algumas fotos

4.5.08

o manto

foto[de lima]

2.5.08

publicidade[cadê a verdade?]

estou no interior. longe da capital. e realmente alguns pontos de revolta na minha vida têm ficado, não digo para trás, mas embaixo do tapete. só por enquanto. por conta disso não tenho visto os jornais nem me interado plenamente sobre a pauta do Brasil.

mas na semana passada me chamou a atenção um 'informativo' da associação brasileira de agências de publicidade (abap) que tem sido veiculado em todas emissoras em horário estrategicamente escolhido.


me chamou, claro, a atenção porque o texto falava sobre a ineficácia da publicidade em convencer ou influenciar as pessoas. dizia que não é a publicidade, no caso do álcool, que cria os assassinos bêbados do trânsito, nem os pais violentos, nem prejudica a vida na periferia.

não é engraçado? os caras são pagos, e muito bem pagos, para divulgar suas marcas e ainda assim dizem que não conseguem influenciar a população com as gostosas da skol, com a boa da antártica... vai dizer que os rabos imensos das modelos não ajudam a vender?

esse assunto de publicidade é longo, muita coisa pra se dizer, muito lobby, muito jogo de poder, muita influência empresarial, ou seja, muito dinheiro na jogada. teria um monte de coisas pra escrever sobre isso.

mas é que o venício a. de lima [e não é meu parente, antes fosse porque pediria um trabalho pra ele] escreveu boa parte do que eu gostaria. só que ele tem dados e informações precisas sobre quanto a publicidade tem interesse em esconder a verdade.

eu peço que se chegou até aqui no texto, não deixe de clicar AQUI para ler o excelente artigo publicado por venício no observatório da imprensa. é só um clique e mais uns 9min de leitura, das melhores.

POR FAVOR, FAÇA ISSO, LEIA O TEXTO. FAÇA O QUE A PUBLICIDADE NÃO FAZ PELA GENTE. SAIBA A VERDADE.