marcha pela maconha

tem muita gente dubem no Brasil. muita gente engajada, que não apenas se queixa, mas que vai em busca de seus sonhos, do que acha melhor, do que acha útil... e é dessa forma que age a rapaziada que está engajada na Marcha da Maconha, que será na maravilhosa Rio de Janeiro, dia 6 de maio. a admiração por esses caras é tremenda.

o uso de drogas é problema sanitário. não criminal. faz muito tempo que isso já está provado. mas os poderosos precisam dessa desculpa para seguirem com suas metas de exclusão. o tráfico está na dele. o Estado que não sabe a maneira correta de repressão. políticas públicas inteligentes precisam ser postas em prática. urgente.

fica o exemplo da rapaziada que tá agitando com grande competência a marcha da maconha. na paz, sem stress, com dignidade e respeito. iniciativas como essa provam que a sociedade pode sim se organizar para lutar por seus direitos, por melhorias, para acabar com a avacalhão que rola em Brasília, para derrubar políticos...

é isso aí rapaziada. minhas congratulações pela atitude e muita paz.

bola pra frente... e rapidinho porque tá no fim e a roda é grande.

bonecos da reclamação

botar o dinheiro no bolso, todo mundo quer. por mais criticada que possa ser, a lei de incentivo à cultura, do ministério da cultura, é melhor do que nada. tem muita gente que reclama. reclama que favorece uns, que favorece outros. mas reclama sem muita coerência, porque sequer conta com projetos de sua autoria [ou envolvimento] inscritos no ministério.

"os milhões que foram autorizados para o 'Cirque du Soleil' captar no Brasil poderiam ser destinados à nós, artistas que vivem a realidade cultural brasileira", costumam dizer. mas se esses artistas não concorrerem aos editais dispostos pelo ministério da cultura, claro que não terão a chance de captar dinheiro junto às empresas. reclamam do quê então?

reclamam talvez por conta da dor-de-cotovelo que acaba pulsando porque os outros [geralmente os 'amigos-rivais'] tiveram idéias, executaram, e conseguiram ter seus projetos aprovados. isso, independente de lobby, de fazer parte de uma panela, ou conhecer os donos do poder que fazem as escolhas. nesse momento isso não importa. antes, é necessário iniciativa. ou ao menos uma visita ao sítio do ministério da cultura.

as críticas só começam a adquirir pertinência quando se busca. quando determinado projeto é inscrito de fato. de discurso, o mundo tá cheio. idéias magníficas e revolucionárias, muita gente tem. sobretudo nos meios culturais [teatro, música, literatura, cinema, artes visuais...]. mas é preciso vomitar essas idéias em cima de projetos. senão irão passar a vida reclamando.

e reclamar, sem entrar em campo pra jogar, é fácil... aos fantoches, falta a mesma atitude que têm quando resolvem reclamar. na maioria das vezes expondo idéias alheias, quase sempre destiladas por seus diretores [no caso do teatro], que se dizem de esquerda. a esquerda que adora mexer no doce dos outros, mas no deles ninguém tasca.

programinha batuta

o aquecimento global virou pauta mundial. e tem uma rapaziada disposta a ajudar, mesmo que minimamente para amenizar o problema. navegando pelas sempre ótimas postagens d'O Escriba, Jorge Henrique Cordeiro, o interesse sobre o Local Cooling.com foi inevitável.

trata-se de um programinha mínimo, no estilo dos trocadores de mensagens, que serve para dar a noção ao navegante o quanto ele tem economizado energia do computador. é uma espécie de marketing viral, que pode render bons frutos.

é bem interessante, e não custa nada instalar o programa, que gerencia a energia dispendida pelo seu computador pessoal. é mais um jeito criativo e bacana de lutar contra o aquecimento global. que tem tudo para estragar o mundo por volta do ano de 2106. só temos a ganhar. o link está aí do lado.

pouco, além do 'fora bush'

por[emiliano cienfuegos]

o diabo passou por aqui. e como tudo indicava, fez seu teatrinho para jogar o Brasil contra a Venezuela e o resto da América Latina. Chávez contra-atacou bem. foi à Argentina e outros quatro irmãos na América. fez discurso. diminuiu a importância do tal programa de etanol. por dois motivos. 1) petróleo é o produto da Venezuela; 2) foi por causa disso que bush, o diabo, passou por aqui [$$]. a sorte foi que Lula não parece ter caído. moveu bem as peças.

os que tentaram algum tipo de manifestação, ficaram um pouco frustrados. protesto é legítimo. desde que bem organizado. com planos alternativos para caso haja confronto com a polícia. o que é quase inevitável. o que estraga é a falta de cultura e conhecimento para estarem ali. defendendo uma causa. não têm idéias. bebem cachaça da barraquinha do 'tiozinho'. vestem a grife do imperialismo no dia-a-dia. incitam a violência.

são várias as marcas, os serviços ianques. nem se ligam disso. celulares. tocadores de mp3. computadores portáteis... nem se ligam. praticam o protesto como se estivessem em uma festa rave. ligam para mãe para dizer que está tudo bem e que o negócio é "fora bush". não parecem [querer] alcançar os porquês. tudo fica na superfície. falta informação.

o Estado, com o seu aparato policial, vai ser sempre superior. a repressão com as armas estão nas mãos deles. é preciso planejamento, porque eles se programam sempre. um bando de adolescentes apenas com o espírito do "fora bush" não adianta. é preciso mais. é preciso ir a fundo nas questões.

só assim teremos forças para amenizar os malefícios do imperialismo e do capitalismo moderno. o Brasil precisa globalizar a América Latina. fazer com quê as nações ao seu redor também cresçam. fiquem mais estruturadas, para a América Latina toda crescer.o "fora bush" é importante, mas a vontade de crescer é maior. consciência e cultura. pra cuspir na estrutura.

crédito da foto[andré porto/folha imagem]

conceito esdrúxulo v.gt3

algumas pessoas perderam realmente o senso do ridículo. isso não acontece apenas na imprensa brasileira. mediocridade e imposições são vistas em outros cantos. no automobilismo brasileiro, por exemplo, dito profissional. qual o princípio do esporte? aquele que diz 'que vença o melhor'? talvez. mas é fato que ninguém pode ser punido por ser melhor que outros em determinado esporte.

foi o que aconteceu com o empresário e piloto xandy negrão. só por causa de seu desempenho. em 2006, das 16 etapas, ele não correu em três. ele fez 12 corridas. largou na frente em todas e venceu 11 delas [abandonou em uma]. isso tudo segundo o sítio oficial da GT3 cup brasil. o cara foi punido porque é talentoso [ou tem mais dinheiro que os outros]. anda na frente de vários pilotos também empresários, mas que não enxergam o automobilismo como um esporte. mas sim como uma panelinha.

uma panelinha burguesa. metida a besta. donos de grandes empresas. que adoram exaltar seus egos entre eles. o automobilismo serve como uma luva nos anseios desses caras. vivem num mundo longe do brasil, onde dinheiro e interesse falam mais alto que a esportividade. são pessoas de bem, muitos deles. sugam do sistema o que podem. impondo regras e lucrando com seus bem-sucedidos negócios. automobilismo é lazer para muitos ali.

mas dá pra entender a idéia desses caras. [seria como proibir o schumacher de correr na fórmula 1 porque ele já tinha ultrapassado em muito o ayrton senna. um exemplo apenas]. isso tudo deve ter a ver com o marketing. no fim das contas muitas coisas têm a ver com o marketing. se o xandy negrão ganha todas, ele chama mais atenção. os patrocinadores da turma que fica chupando o dedo aparecem menos. eles fazem bico. e vetam o cara. patético.

1/2 década de resistência

ninguém dava a mínima para isso no Brasil. o cultivo da cannabis para consumo próprio. para fugir das mãos dos traficantes. pouca gente tinha coragem de tocar no assunto, que dirá trocar informações sobre o cultivo. era março de 2002, dia 12. e a coisa começou a bombar. foi nesse dia que entrou no ar o primeiro fórum em português sobre a 'polêmica'. growroom, seu espaço para crescer.

desde então, muita discussão séria foi levantada. muito papo rolou soltou no espaço virtual sobre a desgraça que é a repressão aos consumidores e apreciadores da cannabis. muitas idéias, planos, objetivos, passeatas, amigos, panfletos, camisetas... muita coisa passou por ali. o sonho era, e é, legítimo. muito legítimo, aliás.

muito antes que sérgio cabral ou qualquer burocrata na política brasileira levantasse a lebre [com exceção de poucos, claro, como Gabeira] sobre a legalização, o growroom estava lá levantando a bandeira. abominando o tráfico. impedindo qualquer tipo de negociação por meio do fórum. lutando para o reconhecimento de uma causa que é difícil de ser ignorada atualmente.

hoje completam-se cinco anos de batalha. que não deve parar tão cedo. a semente foi plantada há muito tempo. e parece que está na hora dos frutos serem colhidos.

lixo e polícia

por[vilauba herrera]

caminho para a labuta de ônibus, um calor federal. momento perfeito para um sorvete. foi aí que observei uma cena rotineira. dois garotos, boné na cabeça, ao estilo Sérgio Mallandro, mas isso é conteúdo para outro texto. abrindo um picolé, creio que sabor uva, o jovem retirou a embalagem e, como se estivesse de frente ao lixo da cozinha de sua casa, atirou o papel no chão. assim, sem pestanejar. ou interromper a conversa animada com o colega. A cena ocorreu embaixo do minhocão, perto da estação Marechal Deodoro do metrô, linha vermelha.

o ônibus seguiu e me veio à cabeça. quantos milhões de papéis de sorvete, de bala, de supermercado, são jogados por dia em São Paulo?

essa pergunta é um clichê, eu sei. mas que eu saiba, é proíbido jogar lixo na rua e, pelo que sei também, a polícia serve para coibir atitudes que não são permitidas em lugares públicos.

a polícia aborda e prende gente que tira a roupa na rua, gente que faz sexo na rua, gente que cheira cola debaixo dos viadutos. mas polícia aborda, dá esporro ou prende quem joga lixo na rua ou quem deixa a merda do poodle rosa no meia da calçada? eu nunca vi.

o que é pior para uma cidade? milhões de indivíduos jogando lixo no chão todos os dias, ou meia dúzia de pessoas fumando um baseado em algumas praças da metrópole? digo isso a curto, médio e longo prazo. uma enchente é causada por lixo em bueiros e bocas de lobo. quantas enchentes estragam a vida de milhares de pessoas na cidade por ano?

por dia, 17 mil toneladas de lixo são produzidas em são paulo. segundo a Limpurb, que administra a coleta de lixo na capital paulista, 98% do entulho é coletado. No entanto, 2% disso fica na rua. São aqueles papéis de bala e aquela embalagem de picolé, que o discípulo do sérgio mallandro deixou no chão. é pouco? isto equivale a 340 toneladas de entulho. dá pra empurrar para debaixo do tapete?

claro que o culpado maior é aquele que joga o papel no chão, claro, mas a polícia tem a obrigação de impedir e/ou minimizar esse tipo de problema. se não é a polícia, quem é, então?

Rapidamente, em uma pesquisa na internet, a Polícia Militar responde minha ingênua dúvida: "predestinado a servir e proteger, todo policial militar advém do seio da sociedade. não importa seu sexo ou sua estatura, muito embora na maioria das vezes são grandes em seus atos. são grandes heróis anônimos cuja principal característica é a vontade de servir, de dedicar-se a causa pública e o amor ao próximo..."

heróis e predestinados não têm tempo para papéis de bala e merda de cachorro.

idéias, na fonte

fidel castro e hugo chávez bateram um papo. trocaram uma idéia. george w. bush deve ter ficado encanado com isso. falaram bastante, trocaram elogios, falaram de estudos... e sobretudo falaram sobre o bem-estar de seus povos.

ficaram empolgados com a quedas das bolsas ao redor do mundo. o capitalismo em colapso. o óbvio acontecendo...

bate papo original [transcrição + áudio] - jornal granma
bate papo em português [transcrição] - jornal granma