o primeiro contato que tive com as lutas de vale tudo foi no início da década de 90. interior de são paulo, sem internet, sem muita informação, a não ser aquelas veículadas pela graaaande mídia. ficava complicado acompanhar o que a vanguarda paulistana acompanhava. desde album de figurinhas até informação do seu time de futebol, tudo era foda de conseguir. só a molecada que tinha acesso eram os japoneses e os jovens elitistas do interior [filho do dono da padaria, do gerente do banco, da banca de revistas, do supermercado, do delegado, do juiz e do prefeito, claro].
e foi justamente vendo um clipe do sepultura, attitude, que me despertou à história da família gracie. para muitos, até hoje, um clã de vagabundos-brigadores-de-rua. nos anos 90, o vale tudo nem era visto como esporte, mas os caras da banda sepultura, na época ainda com max cavallera, viviam nos estados unidos e perceberam rápido a importância daquela família, cujo patriarca, hélio gracie, havia construído para ser a mais vitoriosa das artes marciais... o brazilian jiu-jitsu ganhou os estados unidos, o japão, royce gracie dominava o ultimate fighting e rickson gracie era o lutador mais temido do planeta terra.
tudo porque hélio gracie conseguiu dar ao jiu-jitsu uma característica que tornava essa arte marcial uma máquina de aniquilar os rivais especialistas em outras modalidades [wrestling, karatê, full-contact (apresentado por van dame), kickboxing, judô, sumô...] Naquela época, vale tudo era basicamente o confronto entre duas artes. hoje tudo está mudado nessa prática, que assumiu 'estatus' de esporte, mudou suas regras para dominar o japão e o estados unidos, sobretudo. e nem vale tudo mais assim.
bom, tudo isso porque hélio gracie morreu. aos 95 anos, o velhinho que ensinou o mundo [a swat norte-americana, por exemplo] a encarar a luta entre homens de maneira diferente partiu para uma melhor. depois dele, nunca mais o mundo das artes marciais foi o mesmo.
acho que pouca gente sabe quem são esses caras.
fica o registro.
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