26.9.07

mel na chupeta[brown]

achei fraca a entrevista [transcrição do globo online] do roda viva com o mano brown, mc dos racionais. a lista de entrevistadores não foi a ideal. seria interessante que tivesse alguém na banca que colocasse questões mais antagônicas para que o mano pudesse falar mais. acabou ficando com gostinho de bolas rápidas pelo meio, à la ricardinho e gustavo na seleção de vôlei. as pessoas levantando para o mano cortar.

bolas rápidas porque não deixavam o mano falar, pô. a rasgação de seda passou um pouco dos limites. os entrevistadores estavam afoitos. não deixavam o mano brown raciocinar com calma. o mano não está acostumado a lidar com as câmeras daquela maneira. ele é um cara que se manifesta muito bem sob o olhar das massas, na sua quebrada.

e faltaram na banca pessoas mais questionadoras. perguntas básicas não foram feitas. me pareceu que o video inicial, onde contou um pouco da sua história, dava vários temas para serem debatidos na roda. mas parece que se esqueceram. ficaram tão ligados em papéis com letras de músicas, entrevistas citadas [sem nomear as fontes] de outrora. faltou pegada.

josé nêumane [jornal da tarde] pouco falou. uma das poucas vezes em que manifestou-se, nêumane tirou de mano brown sua opinião sobre cuba. ai, de pronto, o paulo markun [mediador e presidente da tv cultura] perguntou: você é um socialista? mano começou a responder, quando o escritor paulo lins [cidade de deus] atropelou-o com a palavra. morreu o assunto.

renato lombardi [jornalista], talvez porque trabalha na tv cultura, não conseguiu se soltar para mandar sua linha direita policial. queria jogar uma responsabilidade para cima do mano, que já havia dito que não tinha nada de messias, nada de líder... era apenas o comunicador do capão redondo, como tantos outros grupos da periferia. som de preto.

paulo lima [sócio e fundador da editora trip e quase um barão da imprensa] se esforçou e, em alguns momentos, conseguiu surpreender. com perguntas do tipo: quando você chorou pela última vez? e fez perguntas em momentos em que o mano falava. fraco. ricardo franca cruz [editor-chefe da revista rolling stone tupiniquim] levantou o assunto da pirataria. e mais nada.

a maria rita kehl [psicanalista e uma gracinha de pessoa] alisou bastante o ego do mano. decorou algumas letras, mas não soube o que fazer com elas. ninguém contestou o mano. só o nêumane no papo de cuba, e mais ninguém. o papo ficou tão perdido, que até o paulo caruso [cartunista do roda viva] perdeu a mão com vários desenhos preconceituosos até. fracos.

o mano brown? ficou perdido no meio de um monte de perguntas desordenadas e sem pegada. nem o tumulto entre polícia x cidadão na praça da sé foi citado. brown ficou ali, no meio da roda, soltando deixas e se esquivando. tirou bem menos sarro do que eu imaginava [gostaria] que pudesse tirar. estranhou a situação "suave".


por fim, entrevista fraca e oca. muito distante dos tempos que o roda viva realmente entrevistava. perdeu-se uma oportunidade.

3 comentários:

Anônimo disse...

"Aí mano, eu sou eu, você é você, "ser mano é ser mano".

Tipo nós por nóis, tá ligado?

São a mesma pessoa."

Puta saco , hein? Não sei se foram os jornalistas, ou se foi ele mesmo. O cara não segue um raciocínio, não rolou, não ia para frente, faz questão de não falar nenhum "s", deve ser um baita esforço pq não é facil não...os caras que entrevistavam estavam (parecia) com medo...como assim? realmente fiquei com vontade de ligar para o Roda Viva e perguntar sobre a praça da Sé, mas não falaram o telefone, pelo menos eu não me liguei nisso..e eu estava sem computador. Gostaria de ser uma mosquinha e depois escutar o que eles disseram desta entrevista...que foi uma palhaçada, ainda mais agora que o programa faz aniversário, 21 anos... quantos anos de experiência, etc, etc, etc, para chegar nisto...maravilha!

Ana Cancello

deds disse...

fraco. todo mundo cheio de dedos. não avançaram nem quando ele levantou a bola com o lance dos comerciantes.
e a carolzinha estava lá como convidada.

Serjão disse...

Sonolento!!!
Na verdade o DuBem sabe o quanto sou fã do Brown, mas ele deu a melhor definição do que foi a entrevista no dia seguinte quando nos encontramos no trampo. "Ele é um cara qualquer como a gente", é isso mesmo.
O foda é aguentar jornalista se borrando todo de medo, e nem para perguntar qual foi o lance da Virada (In)CUltura.
Pior ainda é ouvir depois o Luciano "Angelica" Hulk, escrevendo que esperava que a salvação viria das mãos do Mano Brown, e se sentindo vitima porque levaram o Rolex que o papai deu para ele. Ficou com medo do 38 na cara dele quando levaram seu reloginho. Como se fosse a primeira vitima, mas o assunto aqui é o Mano Brown.
Concordo com a Ana "uma palhaçada", infelizmente, e acho que foi por causa dos jornalistas e convidados na roda nada viva.

Um salve pros manos e um salve pra minas...

Serjão